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A História de Inês Castro, Coroada Rainha Depois de Morta



 Comentamos hoje um dos casos mais curiosos de toda a história, a paixão de D. Pedro I por Inês de Castro. Não era um caso de amor entre Montecchios e Capuleto, mas é um dos mais interessantes e trágicos que se teve noticia.

 Em 24 de agosto acontecia o casamento entre D. Pedro e Constança Emanuel, na Sé de Lisboa. Porém, não foi por Constança que Pedro viria a se apaixonar ,mas sim por uma das damas de companhia dela: Inês de Castro. O romance foi completamente desaprovado pelo pai de D. Pedro, rei D. Afonso XI, e por toda a sociedade. Temia-se que D. Pedro fosse mal visto pela sociedade, o que quebraria o exemplo de família que era a Família Real.

 O exílio foi a solução encontrada pelo rei. Inês foi exilada no Castelo de Albuquerque, onde havia sido criada por uma tia, a mesma era esposa de um meio irmão do rei. Constança acabou falecendo durante o parto de Fernando I, levando o viúvo a exigir o regresso de Inês do exílio.

 D. Afonso entrou em profundo desgosto, já que agora seu filho vivia junto a Inês de Castro. Tudo foi um grande escândalo na corte, causando grande desavença entre pai e filho. Uma resolução seria casá-lo com uma jovem de sangue real, mas D. Pedro alegou ainda estar empacado numa depressão pela morte de Constança e não estar pronto para se envolver com mais ninguém. 


  Frutos da relação vieram quatro filhos, um morto ao nascimento. Não demorou para o surgimento de boatos de um possível e secreto casamento de D. Pedro e Inês, ele negava tudo, mas tudo ficava cada vez mais óbvio para a corte e pro próprio povo. Um grande medo do então rei D. Afonso era que a coroa acabasse nas mãos de um neto bastardo, já que surgiu um boato de que os Castros armavam um assassinato ao filho legitimo de Constança e D.Pedro: Fernando I.


 O escândalo político fez com que a corte e a burguesia portuguesa pressionassem o rei, para que afastasse as influências de seu herdeiro. A solução seria matar a dama de Castro. Para afastar suspeitas e fazer com que D. Pedro abaixasse a guarda, o rei mandou que seus conselheiros avisassem a D. Pedro que poderia casar com Inês quando bem quisesse. Esteve claro que tudo era uma cilada, e Pedro percebeu, respondendo que não desejava casar-se nunca com esta mulher.



 O casal agora morava no Paço de Santa Clara, lugar onde a avó de D. Pedro construiu e passou os últimos dias, deixando claro que lá só deveriam morar os reis e príncipes com suas esposas legitimas. Lá foi o rei Afonso com outros assassinos, aproveitando uma viagem de caça do filho. Inês foi executada em 1355.


 D. Pedro viria a se tornar rei dois anos depois. A primeira coisa que fez depois de subir ao trono foi buscar vingança. Assistiu a morte dos assassinos de sua mulher enquanto se banqueteava, ordenando que um tivesse o coração arrancado pela frente e outro pelas costas. Um deles fugiu à França e obteve perdão. 

Os então bastardos viraram filhos oficiais, já que o rei conseguiu provar que havia realmente se casado secretamente com Inês. Conta-se que o rei ordenou que o cadáver de Inês fosse posto na sala do trono, onde todos os nobres teriam beijado sua mão. Quando faleceu, o túmulo de Dom Pedro foi colocado em frente ao de Inês, para que "se encontrassem e caminhassem juntos no dia do juízo final".

Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.


 Fernando acabou sendo coroado rei, sucessor de D. Pedro. Seu governo foi marcado por sua bela aparência,confirmada por várias fontes, e o modo como governou mal. Houve até ameaça de que um estrangeiro viesse a se tornar rei. Talvez um daqueles "bastardinhos" tivessem feito o país crescer.


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