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Sonia Maria Dorce, o primeiro rosto a aparecer na televisão brasileira

Em setembro de 1950, a televisão brasileira transmitia suas primeiras imagens. É muito provável que você se surpreenda quando eu disser que a difícil tarefa de dar as boas vindas ao público ficou por conta de uma menina de seis anos. Esta foi Sonia Maria Dorce, a primeira atriz mirim da TV.

 Assim como a maioria dos profissionais que formavam o elenco da primeira emissora do Brasil, ela também veio do rádio. Sonia era filha de Francisco Dorce, maestro e músico que costumava levá-la para os estúdios da Rádio Tupi, onde ele trabalhava. Lá, aos três anos de idade, passou a se apresentar semanalmente, conquistando grande popularidade.

"Boa noite. Está no ar a televisão do Brasil". Vestida de "indiozinho", símbolo da TV Tupi (primeiro canal de TV do país), Sonia Maria Dorce repetiu as palavras que tinham lhe dito sem perceber que estava fazendo história.

Nos anos que sucederam o acontecimento, ela protagonizou novelas, seriados, filmes e lançou discos que lhe renderam disco de ouro. Nos anos 50, a menina já interpretava gêmeas na televisão. Todos esses trabalhos a fizeram ficar conhecida como a "Shirley Temple brasileira", algo que não dizia muito para ela, na época, já que nem conhecia a atriz americana.

 A atriz mirim fez muitas apresentações, cantando e declamando poesias. Na opinião de seu pai, seu talento era um dom divino que devia ser dividido com todos sem que nada fosse cobrado por isso. Ela também fez shows gratuitos no Hospital do Câncer e em várias periferias.



Assim como aconteceu com Shirley Temple, a artista brasileira fez alguns papéis depois de crescida, mas logo se desligou da carreira artística. Sonia Maria Dorce se formou em direito e se tornou juíza. Em entrevista ao Museu da Televisão, disse que, embora já não trabalhe no meio, segue sendo uma artista. "Quando você é artista, você segue artista e não importa sua ribalta", afirmou.

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